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segunda-feira, 13 de junho de 2005

Sobre Nós

Se o fenómeno dos blogues parece ter vindo para ficar, quer em termos da massificação do seu uso na Internet portuguesa, quer em termos do impacto mediático conseguido nos órgãos de comunicação social tradicionais, o mesmo se pode dizer de uma das suas mais inesperadas consequências a crescente edição em papel de textos pensados para o meio digital. Tudo começou com O Meu Pipi (Oficina do Livro), um blogue de autor anónimo, no limiar da pornografia mas muitíssimo bem escrito, que se transformou num dos maiores best-sellers de 2004. Chegaram depois versões encadernadas de outros blogues de sucesso Fora do Mundo, de Pedro Mexia (Cotovia); Barnabé (Oficina); e, mais recentemente, O Livro da Rititi (Oficina) e Gato Fedorento - o Blog, segundo título da colecção Textos da Blogosfera da Cotovia. Esta vaga de fundo não se esgota, porém, no upgrade literário - chamemos-lhe assim - dos consagrados. Nos últimos meses, têm surgido várias editoras, necessariamente pequenas, cujo objectivo é dar a conhecer ao público das livrarias os talentos nascidos nos meandros menos acessíveis da Internet. Destes projectos, destaca-se o Leiturascom.net, de Paulo Querido (criador da melhor plataforma portuguesa de blogues weblog.com.pt), que já tem três títulos no catálogo: mil e uma pequenas histórias, de Luís Ene; Pagar para Ver, de Ana Roque; e As Ruínas Circulares, de João Pedro da Costa (um blogger nato). Pelos vistos, a tendência deste universo editorial é de expansão. Ainda bem. Toda a diversidade será sempre pouca.
DN