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quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Este era o Gaspar!

O gato da minha avó, é o somatório das influências do meio ambiente onde cresceu, acostumado a privar com netos que passavam horas a jogar Postal, Quake ll, Doom 3 e outras relíquias de marca Gore (Tudo num PC, porque há a desculpa de ser um instrumento de trabalho), já para não falar na Filmografia pelo qual foi compelido a se interessar, estes fatores atestam uma verdade do Existencialismo Ateu de Sartre, a existência precede a essência, nada é definível ante a existência, por extensão, o mesmo se passará com os felinos.
Não há Role Models para gatos, e nesta falta nos desempenhamos o papel, nos limites do possível. Temos que mudar o nome ao Gato, tal como assumimos a cabal culpa pelo seu temperamento.

Imagem daqui.
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quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Parents Support

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Porque hoje em dia é impossível ser Arquitcto com menos de 23 anos, na aceção de independência financeira que a profissão deve ter, este Cartoon Humorístico tem todo o sentido, jovens Arquitetos no desemprego e mudanças de "vocação" dão-se por todo o lado no mundo da Arquitectura. Não se compreende, como pode uma profissão tão desejada se tornar um fardo? Bem, há umas razões; a Arquitetura é uma profissão da vida, o profissional liberal por excelência, um polivalente, um especialista em nada, já que tem que saber um pouco de muita coisa, e este pouco é calejado na vida, nos contactos por este Portugal profundo, nas tentativas de injetar Projetos no atelier, e entre pontapés, algumas amizades e muitas inimizades, vamos realmente aprendendo umas coisas, porque metade do gozo está realmente aí, esta coisa de ter um salário regular a fazer projetos em Cad, realmente, é para muitos, mas nunca o desejei para mim, nem o pratico, prefiro ser um "menino" da Vida.

terça-feira, 16 de agosto de 2005

RAN

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Akira Kurosawa é uma personagem singular no Cinema Oriental, porque a sua obra, com óbvia focagem no oriente, principalmente pelo uso de atores nipónicos, não pretere o sentido de interpretação objetivo, que as Obras-Primas possuem, o seu valor nunca é espartilhado por convenções, costumes e leituras limitadas ao País de origem e aí reside o verdadeiro sucesso de RAN, uma Obra Oriental, datada de 1985, cuja História é Ocidental (Rei Lear de Shakespeare). Este filme não e um "Herói", ou um "House of The Flying Daggers", muito bons, mas de difícil aproximação por um ocidental, principalmente pelos pequenos pormenores de Mitologia Oriental e propensão para a Fantasia, é antes a transposição (palimpsesto cinematográfico?) de uma História, para um espaço Oriental, conferindo o mesmo desfecho em torno do drama da Vingança, no seio de uma família até à pouco una.
O Rei Lear aqui, é um Samurai Mor detentor de largas conquistas, custeada por muitas mortes e Reinos debelados, as filhas do Rei Lear, aqui são três filhos, dois de digna obediência resultante do cego desejo de ocupar o cargo do pai, o mais novo, rebelde e antecipando a hipócrita obediência dos irmãos mais velhos, pretere este desejo e recusa as posses administrativas que o Pai confere aos filhos, temendo que o poder corrompa as ligações familiares; o Pai, vê nesta recusa uma afronta e condena ao degredo o filho mais novo.
O cerne do filme roda em torno do controlo dos reinos, "Herdados" de um pai Vivo, mas há uma presença conjugada no feminino, avessa à moral que realmente coloca em segundo plano toda a luta pelos reinos, a mulher do filho mais Velho, tem a interpretação mais sublime, que descreve em passos largos que a mulher, é muito mais cruel do que qualquer homem, e vê-la cândida a passear de forma muda pelos aposentos, como se voasse assessorada pelas suas saias, e depois, usando uma mascara chorosa perante um Homem, tentando suscitar a sua pena e obediência, enquanto de forma recôndita esmaga uma barata para seu belo prazer e recriação, arte da simulação e objetivo pretendido, é esta denúncia da nossa amoralidade que RAN coloca a descoberto, o Mundo visto por dentro e tudo o que se esbate, pode ir até à desagregação de uma família.
Poderia referir também as cenas de batalha autênticas na medida em que não foram usados efeitos digitais, os cenários desérticos e de beleza indescritível, a maneira como som, fundo e voz se fundo com sentido de pertença, a expressão facial do Pai destroçado pelas filhos e o reencontro com os seus fantasmas de guerra, mas tudo isto seria parcelar uma coisa que só funciona no seu conjunto, e como todo o bom filme, RAN não poderá ter um final feliz e citando uma passagem do dito:
"O Homem nasce a Chorar, Quando Morre, apenas morre."
Akira Kurosawa prova que o final da vida, não é sinónimo de estagnação criativa, e quando se lê várias críticas, a apontar este filme como um dos melhores 10 de sempre, não podemos deixar de ignorar um filme que tem 20 anos simplesmente não o vendo, eu não o fiz.
"Uma série de acontecimentos Humanos Vistos dos Céus"
Akira Kurosawa