sábado, 30 de abril de 2005
Integração Discreta
Integração Discreta
Intromissão do homem na natureza, sem resultar em perturbação, ou seja, transformar uma construção humana, tanto quanto possível, numa construção natural.
A imagem da costa da Córsega é notável como exemplo, as construções inserem-se de uma forma harmónica, na paisagem agreste, pela forma coesa como estão compostas e pela localização perigosa a beira do penhasco. Analogamente, a casa Fallingwater, de Frank Lloyd Wright e a Casa do Chá/Restaurante Boa Nova do Siza Vieira são outros exemplos de integração da Arquitetura na Natureza.
Conteúdo Teórico no:
CULLEN, Gordon, Paisagem Urbana
sexta-feira, 29 de abril de 2005
THE INEFFABLE ME
CANT CATCH ME
I’M SYNTAX FREE
I’M PRECONCEIVED
PRETER NATURALLY
I DON’T INVESTIN WHAT IS BEST
YOUR ONCE AND FOR ALL
MEANS SHIT TO ME
HATE TRANSLATOR
HATE TRANSLATOR
HATE TRANSLATOR
YOU CAN’T CATCH ME
DON’T MISTAKE HER
DON’T MISHAPE HER
YOU DON’T MUTATE HER
YOU CAN’T GET ME
THE RADICAL BEACON
THE PREVERBAL SEASON
THE ABSTRACT POETICS
IMMEDIATE TREASON
DO YOU REMEMBER
REDUCTIONIST LIE
FUNDAMENTALIST
ALIBI
HATE CASTRATER
HATE CASTRATER
HATE CASTRATER
DON’T FUCK WITH ME
DON’T YOU BREAK HER
AND DON’T DEFLATE HER
DON’T OUTDATE HER
OR YOU’LL FUCK WITH ME
ITS A CUSHY JOB
A PUSSY’S JOB
A CUM JUNKIE JOB
MAKES MY DICK THROB
FEEL...INEFFABLE
CATCH ME
I’M SYNTAX FREE
I’M PRECONCEIVED
PREHISTORICLY
DON’T BE ALARMED
DON’T BE ALARMEDDON’T BE ALARMED
ITS ONLY ME
COME BACK IN MY ARMS
BACK IN MY ARMS
BACK TO MY ARMS
THE INEFFABLE ME
LYRICS 1997-KIM GORDON
A Observação Modifica o Objecto Observado
Teoria da Incerteza
A mais bela Teoria da Ciência Moderna, ainda hoje na sua aceção total, um mistério, é personificada na Teoria da Incerteza, onde o indeterminismo trabalha de mãos dadas com as ciências exatas, tal como a impossibilidade de ignorar o contexto em que qualquer experiência é realizada.
Foi em 1927, que Heisenberg, jovem estudante de física alemão, apareceu no cenário científico Mundial asseverando ter descoberto o Princípio da Incerteza. A julgar pelos comentários dos seus pares, era uma pessoa de excecional brilho, mesmo pelos elevadíssimos padrões da ciência alemã de então.
Heisenberg demonstrou que no domínio Quântico, é impossível determinar posição e velocidade simultaneamente com precisão. Einstein jamais aceitou esta formulação, afirmando que o princípio da Incerteza era uma consequência lógica da Teoria Quântica e que mostrava o quanto a Teoria estava incompleta.
Heisenberg compreendeu que cada conceito tem um sentido apenas nos moldes da experiência utilizada para aferi-la, por exemplo no caso da Teoria da Incerteza só tem sentido saber qual a precisão com que pode ser medido e não o seu valor.
Na experiência em questão, um electrão situa-se exatamente na vertical do cone de visualização do Microscópio. O electrão é iluminado da esquerda por raios gama, de comprimento de onda baixo.
No entanto, no Micro-Cosmos da Mecânica Quântica, onde uma onda de calor pode-se comportar como uma partícula, um raio gama, atingindo um electrão dá-lhe um impulso e alterá-lhe a trajectória.
Partindo do princípio que existe uma órbita para um electrão, como é que a podemos descrever com um esquema matemático? Mas tal não é possível usando uma palavra como órbita, já assumimos que existe uma e consequentemente que o electrão tem posição e velocidade determinadas. Eliminando-se esta hipótese obtém-se a seguinte conclusão, presentemente a todo o momento, o electrão tem apenas uma posição e velocidade indeterminada, e entre estas duas indeterminações existe uma relação de Incerteza
Para o observar temos que chocar contra ele.
Pela primeira vez, numa teoria científica a observação modifica o objecto a observar em determinado grau. A Luz é condição necessária a visão, como tal comporta energia. O facto do electrão ser visto implica que um fotão seja reflectido por ele, modificando a sua trajectória a medida que choca com ele. O princípio da Incerteza é a manifestação da impossibilidade de se ignorar a interacção observador-sistema observado, de separar completamente o observador do resto da Natureza a um nível sub-atómico. É notável que esta intromissão do observador em toda a descrição da Natureza, seja não o resultado de uma convicção Filosófica, mas uma consequência Imprevista de uma Teoria Formulada para o estudo quantitativo de fenómenos de escala atómica.
As repercussões irão-se propagar a vários níveis, a Metafísica em particular se interessará por saber se a Natureza é inerentemente indeterminada, ou se o determinismo é rompido pelo ato do observador. Em um certo sentido o discurso carece de significado, uma vez que as propriedades naturais inerentemente não observáveis desafiam qualquer avaliação objectiva.
O efeito imediato do Princípio da Incerteza será abrir as portas a uma onda de pensamento licencioso. Isso virá da recusa em aceitar o seu verdadeiro significado. A afirmação de que não faz sentido penetrar numa escala muito mais profunda do que a do electrão irá assessorar a tese de que há um domínio para além desta escala, que o homem com as suas presentes limitações, não está em condições de penetrar. A existência de tal domínio será a base de uma orgia de racionalizações.... ela será a substância da alma... o princípio dos processos vitais... os meios de comunicação telepática. Um grupo achará na falha da lei física da causa e do efeito a solução do antigo problema do livre-arbítrio, enquanto por outro lado, o ateu achará ali a justificação para a sua convicção de que o acaso domina o Universo.
Físico Americano P.W. Bridgman
Se soubermos o presente exactamente, nos conseguimos calcular o futuro.... Não é a conclusão que está errada mas sim a premissa.
Wemer Heisenberg
quinta-feira, 28 de abril de 2005
"Fazem uns riscos e tal...e deixam uma assinatura"
Todos os anos saem das universidades cerca de mil arquitectos.
Depois seguem-se 12 meses de estágio, na maioria dos casos sem qualquer remuneração. Findo este período, a grande maioria só tem uma saída: o desemprego.
Em apenas dez anos, o numero de arquitectos duplicou. Em 1994 eram 5712, neste momento ultrapassam os 12 mil. Embora tenha aumentado, o mercado-de trabalho não cresceu na mesma proporção, tornando a empregabilidade nesta área muito difícil.
Actualmente existem mais arquitectos do que desenhadores de arquitectura.
Para agravar a situação, existe, uma lei criada, em 19731 que permite a execução de projectos de arquitectura por parte de engenheiros e de desenhadores de arquitectura.
"Nessa altura, havia falta de arquitectos e a lei fazia sentido. Hoje não faz; e devia ser alterada", frisou João Afonso, da Ordem dos Arquitectos.
Aos jovens que pensam seguir esta carreira, João Afonso deixa alguns conselhos.
"É uma profissão difícil de exercer, que exige muitos conhecimentos e onde há
muita concorrência. Por outro lado, a oferta de trabalho é escassa."
Outro dos avisos deixados prende-se com a escolha da universidade.
"Existem sete cursos em Portugal! Que são reconhecidos pela Ordem, enquanto apenas quatro aderiram à directiva europeia que define as áreas de formação e conhecimento obrigatórias para um arquitecto."
Retirado do DN, Edição impressa.
Mediocridade de Espírito
O nosso máximo esforço de independência consiste em opor, por vezes, um pouco de resistência às sugestões quotidianas. A grande massa humana nenhuma resistência opõe e segue as crenças, as opiniões e os preconceitos do seu grupo. Ela obedece-lhe sem ter mais consciência do que a folha seca arrastada pelo vento.Le Bon, Gustave, Mediocridade de Espírito
Só numa elite muito restrita se observa a faculdade de possuir, algumas vezes, opiniões pessoais. Todos os progressos da civilização procedem, evidentemente, desses espíritos superiores, mas não se pode desejar a sua multiplicação sucessiva. Inapta a adaptar-se imediatamente a progressos rápidos e profundos em demasia, uma sociedade tornar-se-ia logo anárquica. A estabilidade necessária à sua existência é precisamente estabelecida graças ao grupo compacto dos espíritos lentos e medíocres, governados por influências de tradições e de meio.
quarta-feira, 27 de abril de 2005
Franz Kafka's Letter to his father
O Édipo de Kafka?
I was a timid child. For all that, I am sure I was also obstinate, as children are. I am sure that Mother spoiled me too, but I cannot believe I was particularly difficult to manage; I cannot believe that a kindly word, a quiet taking by the hand, a friendly look, could not have got me to do anything that was wanted of me. Now you are, after all, basically a charitable and kindhearted person (what follows will not be in contradiction to this, I am speaking only of the impression you made on the child), but not every child has the endurance and fearlessness to go on searching until it comes to the kindliness that lies beneath the surface. You can treat a child only in the way you yourself are constituted, with vigor, noise, and hot temper, and in this case such behavior seemed to you to be also most appropriate because you wanted to bring me up to be a strong, brave boy.Your educational methods in the very early years I can't, of course, directly describe today, but I can more or less imagine them by drawing conclusions from the later years and from your treatment of Felix. What must be considered as heightening the effect is that you were then younger and hence more energetic, wilder, more primitive, and still more reckless than you are today and that you were, besides, completely tied to the business, scarcely able to be with me even once a day, and therefore made all the more profound impression on me, one that never really leveled out to the flatness of habit.There is only one episode in the early years of which I have a direct memory. You may remember it, too. One night I kept on whimpering for water, not, I am certain, because I was thirsty, but probably partly to be annoying, partly to amuse myself. After several vigorous threats had failed to have any effect, you took me out of bed, carried me out onto the pavlatche,* and left me there alone for a while in my nightshirt, outside the shut door. I am not going to say that this was wrong—perhaps there was really no other way of getting peace and quiet that night—but I mention it as typical of your methods of bringing up a child and their effect on me. I dare say I was quite obedient afterward at that period, but it did me inner harm. What was for me a matter of course, that senseless asking for water, and then the extraordinary terror of being carried outside were two things that I, my nature being what it was, could never properly connect with each other. Even years afterward I suffered from the tormenting fancy that the huge man, my father, the ultimate authority, would come almost for no reason at all and take me out of bed in the night and carry me out onto the pavlatche, and that consequently I meant absolutely nothing as far as he was concerned.Kafka; F, Franz Kafka's Letter to his father
*Pavlatche is the Czech word for the long balcony in the inner courtyard of old houses in Prague. (Ed.)
terça-feira, 26 de abril de 2005
Tinker Juarez (44-year-old) Cannondale Rider
Tinker Juarez, é a Prata da Cannondale, com 44 anos, continua de forma indiscriminada a somar esporadicamente vitórias em XC (Cross Country). Só possível num desporto, que é por sinal (a par do Downhill) um dos mais espetaculares e periclitantes desportos praticados.
De notar que o Polivalente Cedric Gracia, também pertence a esta armada, nas vertentes mais radicais, entenda-se, 4Cross, Dual, FreeRide e DownHill.
TEMECULA, Calif. (April 24, 2005) With mind boggling pace and consistency,Tinker Juarez (Siemens Mobile/Cannondale) circled the 10 1/2 –mile 24 Hours of Temecula course 19 times to win his third straight Men’s Solo title.
Juarez checked off lap after lap with robotic efficiency, even after experimenting with some new strategies, which led to a rough start.
“I was lucky to be able to ride fast in the beginning,” said Juarez. “I didn’t really feel so good but I realized that I could stay ahead if I could stay consistent. Important as not to lose the laps I’d worked so hard to get.”
While off-road racing may be running out of race formats for the 44-year-old Juarez to win, 24-hour racing still seems challenging enough to keep Juarez interested. The e designed course for this year’s race provided all the intrigue that Juarez seeks in an off-road race.
“I lose interest if I do all the fun stuff during training,” explained Juarez. “What’s best for a 24-hour race is to learn during the day and as you get better, pick different lines. Hopefully you got it down by nighttime.”
Juarez finished 19 laps, or 194.2 miles, in 24:07:46.
Artigo completo na DirtWorld
segunda-feira, 25 de abril de 2005
Bolonha
Arquitectos à Bolonhesa
Vejam o documento produzido pelo grupo coordenado por Domingos Tavares sobre a aplicação do processo de Bolonha ao ensino da arquitectura em Portugal.
A introdução é politicamente correcta: queremos o Arquitecto pleno de capacidades de síntese e de saber integrado, pleno de responsabilidade social, e queremos formações comparáveis em toda a Europa, e queremos mobilidade dos estudantes, e queremos uma Europa competitiva… depois lá vem que o Arquitecto deve ter conhecimentos em desenho, ciências sociais e ciências da construção.
Até aqui tudo bem, mas depois começa a baralhar arquitecto com arquitecto paisagista e com urbanista (há quanto tempo as três profissões divergiram?). E de súbito, a conclusão: os cursos de arquitectura têm que ter um primeiro ciclo de 5 anos lectivos, ponto final.
Colega Domingo Tavares e colaboradores, os senhores não leram a Carta de Bolonha toda (nem os posteriores desenvolvimentos, já mais concretos). Um dos seus objectivos é que haja empregabilidade ao fim de um primeiro ciclo de 3 ou de 4 anos. Não se diz que tem de se ficar licenciado no fim do primeiro ciclo, mas sim graduado e apto para o mercado de trabalho.
Dá trabalho repensar o ensino da arquitectura, pois dá. Era preciso uma maior ligação à sociedade, melhor educação da população, pois era. É difícil mexer no que já está feito, pois é. Põe em causa as cadeiras (e os bancos) de muito Doutor em Arquitectura, pois põe. Por isso é que em Portugal os estudantes vão continuar a estudar durante 6 ou 7 anos, contando com o estágio da Ordem, para depois não terem trabalho. E isto se não desistirem a meio, ficando sem qualquer qualificação.
Extraído do arquichatos
domingo, 24 de abril de 2005
Sou uma parte de tudo aquilo que encontrei
No homem, o desenvolvimento da personalidade é contrastante, aleatório, incerto, e requer traumas, provas, riscos, sofrimentos. Os ritos de iniciação das sociedades arcaicas ritualizavam e «normalizavam» a passagem ao estado adulto através de provas do corpo e do espírito. Ora nós estamos actualmente em sociedades onde a desagregação da iniciação ritualizada colectiva cede lugar à iniciação individual aleatória. A partir, daí, a perturbação aleatória inscreve-se na lógica dum desenvolvimento que, por isso mesmo, se torna aleatório. Este é precisamente o sentido, édipo; pouco importa aqui, que se trate de uma síndrome antropológica ou limitada à nossa civilização: o que importa é que existe pelo menos uma civilização na qual a criança encontrará sob a forma de trauma; num certo estádio do seu desenvolvimento, o problema da transformação da sua relação com o pai ou a mãe; numas, a prova será o ordálio que autorizará o desabrochar sexual; noutras deixará um bloqueio duradouro; talvez mesmo, na maior parte, a crise edipiana seja simultaneamente ultrapassada e insuperável. Antecipei-me fornecendo aqui um exemplo demasiado humano.Morin, Edgar, O Método
Mas quis ilustrar a ideia que me parece essencial: quanto mais complexos são os seres, mais toleram, utilizam, necessitam, para o seu comportamento e desenvolvimento, dos acontecimentos não só aleatórios, mas perturbadores e agressivos. Estes desempenham o papel de «desafio» que ou traz a derrota ou desencadeia as mesmas realizações ou superações (cf. O Método I, p. 295).
Mas, ao mesmo tempo, estes mesmos seres complexos, mamíferos, primatas e sobretudo humanos, que requerem de algum modo a perturbação para a sua realização, têm, em contrapartida, uma necessidade cada vez maior de serem rodeados de calor afectivo, primeiro na infância (cuidados, atenções, caricias, abraços maternais), na sua juventude (a fraternidade dos jogos, a protecção dos adultos) e depois, na espécie homo, toda a vida (amor, amizade, ternura).
O risco e a luta desenvolvem a astúcia e a inteligência estratégica. Mas o verdadeiro desabrochar da inteligência e do ser humano apela para conjunção da incerteza do risco e da certeza do amor. Precisamos que o nosso ambiente nos traga agressão e afeição.
É portanto/simultaneamente nos seus caracteres aleatórios/agressivos e nos seus caracteres nutritivos/protectores que o ecossistema complexo constitui a escola do desenvolvimento da vida. Longe de libertar-se do ambiente (aqui mais natural e depois, como veremos no capitulo seguinte, social), o auto-desenvolvimento necessita cada vez mais dele. A nossa singularidade extrema está ligada à marca de acontecimentos exteriores tornados os nossos acontecimentos. Não se trata aqui, e hei-de voltar a isto mais longe (p. 107), de esquecer a determinação hereditária. Mas cada um pode dizer também como Ortega y Gasset:
"Sou uma parte de tudo aquilo que encontrei."
Arrependimento Imoral
Nunca compreendi certas pessoas, que a custa de existência de palavras como perdoar e desculpar, se sentem legitimadas, a praticar atos condenáveis, insancionáveis, devido ao facto das referidas palavras, conferirem a possibilidade de se expiar!
O perdão é Católico, a desculpa uma pró-forma da sociedade, do seu real valor pouco mais se poderá dizer. As merdas evitam-se, as palavras não redimem!
Freud, enfatiza a questão com o seguinte texto:
Freud, enfatiza a questão com o seguinte texto:
Arrependimento Imoral
O homem a quem o arrependimento, após o pecado, impõe grandes exigências morais, expõe-se à acusação de ter tornado a sua tarefa demasiado fácil. Não praticou o que é essencial na moral, a renúncia; com efeito, o comportamento moral ao longo da vida é exigido em função dos interesses práticos da humanidade. O homem citado recorda-nos os bárbaros das grandes ondas migradoras, que matavam e depois faziam penitência, e para os quais fazer penitência acabou por se tornar uma técnica facilitadora do assassínio.
Sigmund Freud, As Palavras de Freud