um-ponto-de-fuga-banner

sábado, 17 de setembro de 2005

Le Corbusier, Por Uma Arquitectura

Image hosted by Photobucket.com

Egypt, Luxor, Temple of Queen Hatshepsut
"Nos Belos dias de antigamente, viam-se (e isso dura até hoje, ai de mim) enormes cavalos que conduzem às obras enormes pedras e muitos homens para as fazer descer de cima da carroça, para as cortar, talhar, içar até aos andaimes, para as ajustar, verificando demoradamente, com a régua na mão, as suas seis faces; uma casa construía-se em dois anos; hoje, levantam-se edifícios em alguns meses".
Le Corbusier, Por uma Arquitectura

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

ExperimentaDesign


Entre toda a estrangeirada, que faz parte da procissão, tenho especial interesse na nata Portuguesa, entre 15 a 18 deste mês, os doces, como sempre, ficam para o fim (dia 17/sábado-Souto Moura e Philippe Starck).

Programa de Hoje:

SEXTA, 16 SET

11:30 — 13:30 Palácio Pombal (Chiado)
OPEN TALKS (sessão II – Cidade e Arquitectura)
Talk Host: John Thackara (UK)
Talkers: Ayssar Arida (UK); Pedro Gadanho (PT)
Jornalistas: Stefano Casciani, Domus (IT); Kieran Long, Icon (UK)
Agents Provocateurs: Lucy Bullivant (UK); Ricardo Carvalho (PT); Jacopo Crivelli Visconti (IT); Helena Roseta (PT); Colin Davies (UK);
HoleMug (abertura)
de MusaCollective
Hold me (Chiado)

15:00 — 17:00 Centro Cultural de Belém
CONFERÊNCIAS DE LISBOA (dia 2)

15:00 Renny Ramakers (NL)

16:00 Massimiliano Fuksas (IT)
19:00 SMD: SIGNIFICADOS DA MATÉRIA NO DESIGN (inauguração)
de SUSDESIGN

Cisterna da Faculdade de Belas-Artes & Loja Mousse (21h)
21:00 WHAT IF…/ E SE… (abertura ao público)
Apresentação ibérica da nova colecção IKEA PS 06
Lounging Space (Chiado)

22:00 Cordoaria Nacional (Junqueira)
S*COOL IBÉRICA e CASA PORTUGUESA (inauguração)

23:00 Museu da Cidade (Campo Grande)
(Obrigatório Cartão de Acesso EXD’05 )
Pavilhão

Tags: |

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Manuel Maria Carrilho

Entre o INE e a CGD adjacente à Guerra Junqueiro, descortinei o perfil do Político/ Filosofo, M.M.C. à medida que alcançava a passadeira, devia ser pouco menos das 9 horas. Muito rigoroso, calça de ganga, casaco azul, sapatinho de vela (?), perna meio arqueada, quase à jogador de futebol, não ostentava um fausto incomensurável, mas também não se confundia com um Franciscano. Esperou o verde e trilhou a passadeira, (demagogo!) estava de óculos escuros, simulei indiferença, não lhe queria conferir importância, olhar para alguém de óculos é sempre um sério Handicap, se esse alguém é uma mulher, a minha atitude é em tudo semelhante, jamais dou a entender que são desejáveis. Voltei a olhar, parecia ir na direção da Mexicana, um café/bar que por questões éticas/preços, devia vedar a entrada a socialistas.
O Candidato à CML, tinha um website curial, com as normais banalidades a polirem o ego.

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Al Pacino

Image hosted by Photobucket.com

Al Pacino, Godfather (foto esquerda); Al Pacino, Godfather lll (foto direita)

Muitos asseguram ser o maior ator vivo, sem grande margem para conjeturar várias perfis à altura, não posso deixar de concordar, embora o seu contemporâneo Robert De Niro, fosse o eleito para elencar numa possível comparação.
Figura numa das maiores sagas da História do Cinema (Padrinho), onde a partir do 2º Episódio, passa a desempenhar um papel central na História, de forma um pouco simplória, descreve-se a saga, como as "contingências que levaram ao endurecimento de um coração" (Michael Corleone), compreendendo o Padrinho lll, verificamos que tal é descabido, encontrando não só um Michael Corleone (Al Pacino) mais fleumático como flexível.
O mesmo filme, é fulcral para perceber que um salto temporal de 18 anos, nomeadamente entre o 1º e o último filme da saga (Padrinho 1972-Padrinho lll 1990), atesta em conclusão, que a maturidade, a experiência da proveta idade, o facto de qualquer espartilho ter sido ultrapassado, foi um tirocínio que resultou no vigor e excelência, em qualquer papel realizado nos anos 80/90/2000.
Em enfoque; Scarface, Pacino como ex-cubano nos EUA, que sobe numa vida custeada por drogas e excessos; Godfather lll, Pacino como Michael Corleone, os pecados de uma vida vingativa suportados até à morte; Scent of a Woman, Pacino, como padroeiro de um jovem, com o qual tem uma relação de nepotismo que o levam a redenção; Heat, Pacino como um Polícia excedente em profissionalismo, que subtrai à sua vida, o trabalho como obsessão; The Devil´s Advocate, Belzebu com imagem moderna, um corruptor que exala um ar cool; Insomnia, um Polícia num plexo aparentemente indestrinçável, numa terra sem noites.
Estando aqui ainda omisso, o grosso de muitos dos filmes de qualidade onde figurou, que outro actor, personifica um espectro tão largo de situações/elenco, com a fleuma e brilhantismo, que são apanágio comum das suas personagens. Não é só um à-vontade, que está no limite do genuíno, é o facto de parecer jovem (Heat), a beira da morte, (Scent Of a Woman) ou na amoralidade (The Devils Advocate) e tout court, ser o mesmo actor, com os mesmos laivos de inventividade que o tornam único.
Tags: |

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Inimigos, esta necessidade!

A utilidade dos inimigos é um daqueles temas cruciais em que um compilador de lugares-comuns como Plutarco pôde dar a mão a um arguto preceptor de heróis como Gracian y Morales e a um paradoxista como Nietzsche. Os argumentos são sempre esses - e todos o sabem.
Os inimigos como os únicos verdadeiros; como aqueles que, conservando os olhos sempre voltados para cima, obrigam à circunspecção e ao caminho rectilíneo; como auxiliares de grandeza, porque obrigam a superar as más vontades e os obstáculos; como estímulos do aperfeiçoamento de si e da vigilância; como antagonistas que impelem para a competição, a fecundidade, a superação contínua. Mas são bem vistos, sobretudo, como prova segura da grandeza e da fortuna.
Quem não tem inimigos é um santo - e às vezes os santos têm inimigos - ou uma nulidade ambulante, o último dos últimos. E alguns, por arrogância, imaginam ter mais inimigos do que na realidade têm ou tentam consegui-los, para obter, pelo menos por esse caminho, a certeza da sua superioridade.
Mas todos os registadores utilitários da utilidade de inimigos esquecem que essas vantagens são pagas por um preço elevado e só constituem vantagens enquanto somos, e não sabemos ser, os nossos próprios inimigos. Todo o tempo e esforços que se consomem para nos precavermos contra quem nos odeia, e defendermos-nos, seria muito mais bem empregado nas alegrias da paz e caridade. Viver no meio de um círculo de inimigos pode por vezes exaltar o orgulho, inspirar pensamentos heróicos e elevar acima da mediocridade, mas representa sempre permanecer num clima envenenado que, mais cedo ou mais tarde, enfraquece. Saber que toda a palavra será pesada, todo o acto mal interpretado, toda a obra menosprezada, acaba por suprimir a espontaneidade e vontade de fazer algo - conduz à dúvida e à paralisia.
E se a natureza não fosse tão má como é, os benefícios dos inimigos resultariam inúteis. Quem sabe ser inimigo do mal que tem em si não necessita da inimizade dos outros. Não sabendo ou não querendo ser inimigo dos nossos inimigos íntimos, acabamos por ser verdadeiros inimigos de nós mesmos. O verdadeiro inimigo é, para cada um, o amor de si.
Se os homens fossem menos invejosos, a prova da grandeza consistiria na admiração e no reconhecimento, e não na hostilidade.
Se fossem menos vaidosos e cegos, saberiam a verdade de si por sua conta, sem a aguardar dos adversários.
Enquanto formos rancorosos, vaidosos, arrogantes, madraços e propensos à deserção, os inimigos poderão desfrutar - o mal que nos desejam é frutuoso, em alguma parte, em virtude do mal que existe em nós.
Mas a verdadeira razão que nos predispõe para a apologia indirecta do ódio é a profunda fraternidade entre quem odeia e quem é odiado. Ser inimigo quer dizer assemelhar-se.

Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'