Al Pacino, Godfather (foto esquerda); Al Pacino, Godfather lll (foto direita)
Muitos asseguram ser o maior ator vivo, sem grande margem para conjeturar várias perfis à altura, não posso deixar de concordar, embora o seu contemporâneo Robert De Niro, fosse o eleito para elencar numa possível comparação.
Figura numa das maiores sagas da História do Cinema (Padrinho), onde a partir do 2º Episódio, passa a desempenhar um papel central na História, de forma um pouco simplória, descreve-se a saga, como as "contingências que levaram ao endurecimento de um coração" (Michael Corleone), compreendendo o Padrinho lll, verificamos que tal é descabido, encontrando não só um Michael Corleone (Al Pacino) mais fleumático como flexível.
O mesmo filme, é fulcral para perceber que um salto temporal de 18 anos, nomeadamente entre o 1º e o último filme da saga (Padrinho 1972-Padrinho lll 1990), atesta em conclusão, que a maturidade, a experiência da proveta idade, o facto de qualquer espartilho ter sido ultrapassado, foi um tirocínio que resultou no vigor e excelência, em qualquer papel realizado nos anos 80/90/2000.
Em enfoque; Scarface, Pacino como ex-cubano nos EUA, que sobe numa vida custeada por drogas e excessos; Godfather lll, Pacino como Michael Corleone, os pecados de uma vida vingativa suportados até à morte; Scent of a Woman, Pacino, como padroeiro de um jovem, com o qual tem uma relação de nepotismo que o levam a redenção; Heat, Pacino como um Polícia excedente em profissionalismo, que subtrai à sua vida, o trabalho como obsessão; The Devil´s Advocate, Belzebu com imagem moderna, um corruptor que exala um ar cool; Insomnia, um Polícia num plexo aparentemente indestrinçável, numa terra sem noites.
Estando aqui ainda omisso, o grosso de muitos dos filmes de qualidade onde figurou, que outro actor, personifica um espectro tão largo de situações/elenco, com a fleuma e brilhantismo, que são apanágio comum das suas personagens. Não é só um à-vontade, que está no limite do genuíno, é o facto de parecer jovem (Heat), a beira da morte, (Scent Of a Woman) ou na amoralidade (The Devils Advocate) e tout court, ser o mesmo actor, com os mesmos laivos de inventividade que o tornam único.