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quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Édipo

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Rei Sófacles, Filho e Esposa
complexo de édipo —: inclinação erótica de uma criança pelo progenitor do sexo oposto, recalcada em resultado da relação ambivalente com o progenitor do mesmo sexo, amado e odiado em simultâneo;
O resumo mental que possuímos da tragédia de Édipo, descreve a morte de um pai e posteriormente a possessão da mãe, em sequência, Parricídio e Incesto.
Para Freud, a tragédia que associa ao complexo, aplica-se essencialmente a um conflito afetivo profundo, ligado a determinada situação, que nenhum ser humano pode deixar de viver, na medida em que é de capital importância para a sua futura personalidade.
Da lenda de Édipo, Freud filtra e retira dois elementos, Incesto e Parricídio. A fim de compreender o papel central na formação da personalidade, há que situá-lo na evolução da sexualidade Infantil, como uma possível origem das neuroses.
A inocência não caracteriza a infância, o prazer irredutível da pulsão sexual, no sentido lato em relação a um dos Progenitores é um ritual. Primeiramente, auto-erótico, a pulsão satisfeita no seu próprio corpo, em segundo, a sexualidade genital, virada para um objeto de amor. A criança começa então a desejar a mãe e por sinal a odiar o pai, vendo nele o rival que bloqueia o caminho do seu desejo. O momento Edipiano terá que ser ultrapassado, para ambos os sexos; para o rapaz a castração é um castigo, por esta ameaça ele é conduzido a renunciar este desejo incestuoso e a identificar-se com o Pai; para a rapariga, a castração é um facto consumado, através de um lento deslize simbólico ela substitui o desejo de ter um pénis pelo desejo de ter um filho.
Qualquer ser humano vê imporem-lhe a tarefa de dominar o complexo de Édipo; se falha nesta tarefa, será um neurótico...
Freud, Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, 1905

Quem ainda atribui Universalidade, as Teorias de Freud, ligada as civilizações clássicas, não pode deixar de notar, que não são apenas os "nomes" que são retirados de um contexto diferente.

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

A Minha Costela de Sebastião

Isto vem tudo a propósito dos séquitos da minha terra:

Desde a mais tenra idade, que sofri as influências de uma educação católica indireta, tanto por via dum suposto Deus, ao qual todos prestavam uma reverência inexplicável, tanto através de uma doutrina geracional que se mantinha incontestável na zona. A coisa era mantida por uma igreja nas imediações e por veraneantes manifestações de fé, vulgo procissões, este monumentos divinos, obrigavam as beatas e afins a expiação semanal. A minhas primeiras dúvidas em relação a inabalável fé, foram dadas por colegas meus, enquanto eu disciplinadamente me sentava nos bancos da catequese, eles com recorrência, metiam as mãos atrás das costas e tateavam um manguito na minha direção, teria dito... sacrilégio... não tivesse um incipiente léxico na altura.
A coisa complica-se na minha primeira confissão, eu domesticado diante do padre, com a ideia de que só se confessam aqueles que cometem pecados, abusei da imaginação, para me safar da coisa com ar pecaminoso e humano, porque fora os actos mosturbatórios e as primeiras coisas com pilinhas e meninas a mistura, nada me parecia nefasto, portanto, não dei ar de ignoto sexual e disse a total perfídia ao bacano da túnica. Rezei por várias horas, na mesma medida em que me dispunha a expiar os supostos pecados. Tinha sido uma espécie de bengalada divina, um acerto com a moral Crista. Anos passaram, e eu, marcado pelo funesto acontecimento, tornei-me demasiado acanhado em relação ao sexo oposto, um inconfortável tímido... soçobrava perante elas, ficava como os Futebolistas nas grandes ocasiões, nervos, suores frios e um avermelhar do semblante minavam a porra da confiança toda. Temia outra bengalada divina, com desprazer portanto, espartilhava a minha febril imaginação adolescente e evitava os cruzamentos ocasionais com as donzelas.
Por esta altura, o despertar da leitura levou-me a conhecer um conjunto de indivíduos cuja obras aprecio muito; Rousseau, Nietzsche, Marx, Freud, Sartre, por esta ordem, perdi a reverência e respeito por altares e relicários, um pensamento licencioso, apto a liberdade invadiu-me. Não obstante, a citada timidez perante o sexo oposto, permaneceu alojada e neurótica.
Dizia-se, pelas ruas e pelas tabernas da capital, que o rei, alto e forte como estava, corava como uma papoila quando via uma mulher e que, tirando as monjas da Anunciada e de Xabregas, se recusava praticamente a falar com elas.(...) O Povo crítica mais depressa, no plano do amor, um tímido que um desordeiro.
O rei, neste campo, era de uma excepcional reserva e só abordava as mulheres com uma delicadeza e descrição que parecia mais de santo ou de criança, que de homem em idade adolescente. (...) A impressão que a carne feminina lhe fazia era-lhe quase uma agonia e é possível que este pudor que ele sentia e mostrava fosse muitas vezes um dos sinais mais belos do amor.
FRANCO; António; VIDA DE SEBASTIÃO, Rei De Portugal, Publicações Europa América
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domingo, 31 de julho de 2005

Bump Idea!

Uma ameaça?

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Helmut Newton, They´re Coming, 1981

Só em 1981 a vogue francesa teve coragem de publicar a foto, uma metáfora erótica sobre a mudança de imagem, que se operava na mulher...blá, blá, blá: "a moda como desculpa para usar roupagem". Adiante... Helmut Newton, era a objetiva de Freud, formou-se entre as duas grandes guerras nas escolas de cinema Germânicas, as suas fotografias eram um festim da realidade latente, ele retratava as ideias, fantasias e desejos coletivos como o inventário que movia o mundo. Esta foto, é o teatro...(sim, são mulheres), mas com a cortina praticamente descortinada, apenas os sapatos pontuam um laivo de moda.
Segundo o fotografo, uma mulher só esta nua se estiver de saltos altos, fetiche... ou dura e insensata dependência da moda... não sei, mas em jeito de recomendação, afirmo:

Vistam-se, porque assim tem mais piada!